O Fitness Mudou a Minha Vida #3

O meu nome é João Tadeu Miguel, tenho 34 anos e aos 19 fui sujeito a uma cirurgia de “bypass” coronário.

Foi uma operação de “coração nas mãos” e barriga aberta, que durou mais de 13 horas. No final tinha 53 agrafos desde a zona abaixo externo até à bexiga. Fiquei com os músculos abdominais desfeitos, cortados de alto a baixo.

Mas O pior não foi a operação. Foi o medo que senti ao ouvir da boca do médico as seguintes palavras: “O desporto para si acabou sob pena de vir a ter um Acidente Vascular Cerebral ou um Enfarte do Miocárdio”.

A minha vida mudou por completo. Até aos 18 anos tinha apenas um sonho: seguir Educação Física e tudo o que tivesse ligado ao desporto. Antes da operação treinava várias horas por dia, todos os dias. Fazia desportos colectivos (andebol, futebol, capoeira, aikido) e desportos individuais (ginástica, ténis, etc). Como qualquer adolescente com muita energia, não conseguia "ficar quieto" por muito tempo. Mas tudo mudou nesse instante...

A Descoberta
No exame médico de rotina para tirar a carta de condução, mediram-me a pressão arterial: 183 sistólica e 151 diastólica. A enfermeira julgava tratar-te de um erro e mediu novamente: 186/153. Ficou aflita, não julgava possível um jovem com aqueles valores não sentir nada; mas a verdade era essa, não sentia tonturas, cansaço, nada. Para mim estava tudo normal.

Como era jovem, saudável, fazia muito desporto e tinha cuidado com a alimentação, fui obrigado a fazer um batalhão de exames para tentar descobrir a origem do problema, uma vez que obviamente o problema não era de estilo de vida.

O diagnostico não tardou: obstrução da artéria aorta que alimenta o rim direito. E a cirurgia foi marcada nesse mesmo dia.

Enxertaram-me na artéria aorta afectada um vaso sanguíneo artificial que permitiu ultrapassar a obstrução existente. A causa para tal entupimento ainda hoje é desconhecida, mas julga-se que seja de origem genética ou causada por uma queda. E como eu tinha saido atropelado aos 10 anos (e foi uma grande queda depois de "voar" 20 metros), para mim estava explicado.

A Queda
Mas tudo o que eu adorava até esse momento terminou. Para resumir, nos 14 anos seguintes não mais pratiquei qualquer tipo de desporto com medo de morrer. As palavras do médico não me saíam da cabeça... "o desporto para si acabou...".

Engordei. Comia muito e mal. Bebia mais do que o recomendável. Fumava muito e, por imperativos profissionais, 10 horas do meu dia eram passados sentado a uma secretária. Eu era, neste momento e de direito próprio, parte da população de risco que 14 anos antes eu apenas observava com ar reprovador.

A (Re-)Descoberta
Por insistência do meu querido irmão e, em boa verdade, de orgulho ferido por causa do recente divórcio, motivei-me a mudar algo. Aconselharam-me a começar devagar. Assim fiz há 6 meses atrás, tinha 95 kg para 185 cm de altura. Com um IMC de 27,8 era considerado pré-obeso.

Comecei lentamente por fazer natação e depois Body Balance. Agora já faço Body Pump e sinto-me rejuvenescido. Deixei de fumar. A minha alimentação naturalmente voltou ao lugar e perdi 8 kg e 6% de massa gorda. Subo e desco escadas a correr sem me cansar e tenho uma vitalidade que eu julgava esquecida há 14 anos. Mas estava apenas isso, esquecida. Assim que o corpo começou a ser desafiado, tudo voltou. Parece magia...

A minha pressão arterial apesar de ligeiramente elevada está agora em níveis aceitáveis e controlados, mas sobretudo sinto-me em excelente forma. Graças à re-descoberta do fitness recuperei a alegria física que tinha perdido e nem o divórcio me parece tão mau agora... :-)

Kia Kaha,
João Tadeu Miguel
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